Espetáculos
LÁ, NOS CORPOS D'ÁGUA
LÁ, NOS CORPOS D’ÁGUA evoca a água como elemento intermediador dos corpos: humano, vegetal, animal, geográfico… corpos do mundo, abertos e expostos, ou encobertos e submersos na cidade…
A performance transita entre linguagens artísticas distintas. Dilui e borra o limiar entre dança, música, videoarte e iluminação, expondo um atravessamento nos tempos e espaços da experiência. Indica assim um aprofundamento na pesquisa de linguagem da Cia. Oito Nova Dança, com parceiros de trajetória.
As águas que habitam, nutrem e atravessam os corpos, em constante fluxo, provocam um mergulho revelador de outras densidades, outras frequências e outras danças. Qualidades de movimento essenciais vem à tona e evocam as águas do corpo dos rios, descuidados pela humanidade.
Concepção: Lu Favoreto, Cibele Forjaz e Clara Jaxuka Morgenroth
Direção e dramaturgia cênica: Cristiane Paoli Quito
Direção coreográfica e dança em presença: Lu Favoreto
Direção de arte: Clara Jaxuka Morgenroth
Criação de luz e iluminação em presença: Cibele Forjaz
Operação de luz: Letícia Nanni e Larissa Siqueira
Videoarte em presença: Vic von Poser
Trilha Sonora: Morris
Música em presença: Maurício Mateus e Morris
Figurino: Claudia Schapira
Produção cenográfica: Letícia Crozara
Produção Cia. Oito Nova Dança: Lia Benacon
Produção Mirante Projetos: Ana Laura Castro e Júlia Ribeiro
JURUÁ
Juruá é um dos modos como os Guarani se referem aos não indígenas. É nessa condição, atravessados por encontros com os Guarani Mbya, que nossos corpos e palavras se movimentam nessa criação. A relação que se estabelece pela diferença é a conexão que possibilita aprendizados e alianças.
Em JURUÁ, a Cia Oito Nova Dança dá continuidade à pesquisa de linguagem que intersecciona movimento e sonoridade inspirada pela leveza e resistência dos xondaro, os guardiões guarani e sua dança de enfrentamento e esquiva. Juruá somos nós, que jamais seremos Guarani, mas também não mais os mesmos após os encontros nas aldeias, na cidade e em nossos corpos.
Concepção e Direção: Lu Favoreto
Direção Musical: Andrea Drigo
Orientação antropológica e dramatúrgica: Valeria Macedo
Orientação Guarani: Jera Poty (Giselda), Papa Mirim Poty (Carlos), Cristine Takua, Karai Tataendy (Sergio), Karai Tataendy (Sebastião), Iraci, Evandro e Ara
Figurino: Claudia Schapira
Criação de luz: André Boll
Móbile: João Rivera
Criação gráfica e registro audiovisual: Felipe Teixeira
Registro fotográfico: Felipe Teixeira
Assistente de produção: Leticia Vaz
Produção: Bianca Dorini
Intervenção urbana ESQUIVA
Intervenção urbana artística inspirada no universo indígena Guarani Mbya. Através da dança contemporânea e da música, busca refletir sobre a presença Guarani em nossas cidades e as aproximações possíveis a esse universo, ao mesmo tempo tão próximo e tão desconhecido. Questão pertinente não somente a São Paulo, mas ao Brasil como um todo.
ESQUIVA está associada e fundamentada à atitude de esquivar-se, presente no xondaro, manifestação característica da cultura Guarani que se refere não só a uma dança, mas a um modo de ser Guarani.
Direção Geral: Lu Favoreto
Direção Musical: Andrea Drigo e Gregory Slivar
Performers criadores: Andrea Drigo, Camila Venturelli, Fernanda Gusso, Gregory Slivar, Lu Favoreto e Raoni Garcia.
Performers convidados: Artistas a serem definidos
Fotografia: Vitor Vieira e Ben McGee
Orientação antropológica: Valéria Macedo, Renato Sztutman e Lucas Keese
Produção: Bianca Dorini
XAPIRI XAPIRIPÊ, lá onde a gente dançava sobre espelhos
XAPIRI XAPIRIPË, lá onde a gente dançava sobre espelhos é um espetáculo livremente inspirado na imaginação ameríndia. A partir da perspectiva do movimento é fundamentado na pesquisa de um corpo ancestral, realizada por cada intérprete-criador.
Xapiri é como os povos Yanomami chamam os espíritos ou ancestrais animais que se apresentam aos xamãs dançando e cantando. Seus corpos translúcidos estão sempre belamente adornados e brilham. Dançam sempre sobre um chão de espelhos que reflete luz. Xapiri é luz que dança e canta.
Concepção: Lu Favoreto e Cibele Forjaz
Direção de movimento e pesquisa de linguagem: Lu Favoreto
Direção cênica e criação de luz: Cibele Forjaz
Direção musical: Gregory Slivar
Criação/interpretação (Cia. Oito Nova Dança e convidados): Camila Venturelli, Denise Barreto, Fernanda Gusso, Fabricio Licursi, Gregory Slivar, Lu Favoreto, Lucia Romano e Raoni Garcia
Fundamentação antropológica: Renato Sztutman
Consultoria antropológica sobre os Guarani Mbya: Valéria Macedo
Preparação vocal: Ná Ozzetti
Figurino e visagismo: Marina Reis
Videoarte: Adriana Meirelles e Pushky
Cenografia: Cibele Forjaz e Wanderley Wagner da Silva
Operação de som: Renato Garcia
Operação de luz: Marcela PereyraPáez
Produção: Danielle Cristine
Fandango a Céu Aberto
O trabalho propõe uma leitura transformada e recriada do que seria um fandango para um coletivo de dança contemporânea. Aqui acolhemos aspectos essenciais do fandango original como o bailado, o batido, a noção de mutirão e de celebração. Finalizamos com um grande “baile” incluindo o público, num espaço que evoca o estar a céu aberto.
Direção: Lu Favoreto
Intérpretes: Camila Venturelli, Chico Lima, Dani Dini, Fabrício Licursi, Lu Favoreto, Thiago Antunes.
Músico: Pipo Pegoraro
Figurino: Maristela Estrela
Iluminação: Cristina Souto
Pesquisa e transmissão do batido: Ramiro Murillo
Fotos: Adriano Milan (divulgação)
Desing gráfico: Maykol Arancibia.
Estagiárias: Andrea Mendonça
Produção: Bianca Dorini
Devoração
Um olhar suspenso no tempo/espaço busca dois campos visuais contrapostos: de um lado a necessidade de comunicação projetada para o futuro, e de outro o movimento rastreado que se deixa ao caminhar para frente.
O retrovisor é uma metáfora dessa potência no homem. No limiar entre o primitivo e o contemporâneo reside nosso cotidiano, que revela nossa fragilidade.
A permissão ao ritual, a pré-fala, o gesto sonoro e a relação entre controle e descontrole no movimento são questões que nos moveram nessa DEVORAÇÃO. do Projeto Intercâmbio Canibal
O projeto Intercâmbio Canibal possibilitou o encontro da pesquisa em dança Contemporânea realizada pela Cia. Oito Nova Dança, dirigida por Lu Favoreto, e da pesquisa coreográfica de Osman Khelili, coreógrafo brasileiro radicado na França.
O intercâmbio com pesquisadores de outras áreas – filosofia, antropologia, história e literatura – fez parte da verticalização da pesquisa de linguagem da Cia. Oito Nova Dança. Este intercâmbio teve como suporte poético a questão da antropofagia no corpo.
Como resultado artístico foi produzido o espetáculo DEVORAÇÃO, que propõe abordar o antropofagismo/canibalismo como mote poético para fomentar a pesquisa corporal e estética.
O intercâmbio cultural que se estabeleceu no desenvolvimento deste projeto aprofundou a pesquisa de linguagem da Cia. Oito Nova Dança, retomando e reatualizando a temática natureza/memória/lembrança, agora ativada pela questão do antropofagismo, que teve como base teórica temas como: “Origem da linguagem: identidade e diferença”, “História do corpo” e “Movimento Antropofágico”, discutidos através de palestras e rodas de conversa .
O tema antropofagia serviu de base para revisitar indagações poéticas sobre o sentido das relações entre natureza humana e dinâmicas culturais, mas agora é pano de fundo, “âncora submersa”, para um espetáculo com depoimentos pessoais que transcendem o próprio tema e dão visibilidade para a vivência/experiência individual. A animalidade e a humanidade presentes nos nossos corpos, mudando nossas perspectivas ao olhar/escutar internamente o corpo cotidiano.
Concepção e Direção: Lu Favoreto
Direção Musical: Andrea Drigo
Criação e interpretação: Andrea Drigo, Ciro Godoy, Georgia Lengos, José Romero, Lu Favoreto, Luciano Bussab, Marina Caron, Maristela Estrela, Ramiro Murillo
Orientação da Pesquisa teórica: Valéria Cano Bravi
Figurino: Maristela Estrela
Fotos: José Romero
Criação de luz: André Boll
Sonorização: Pipo Pegoraro
Produção Executiva e Administrativa: Fernanda Veiga
Assistente de Produção: Priscila Sacchettin
Desenho gráfico: Luciano Bussab
Concepção do projeto Intercâmbio Canibal: Osman Khelili
Realização: Cia. Oito Nova Dança
Depoimento em áudio: Maria das Graças Silva de Oliveira
Texto “revertebrado”: Nathalia Leite
Fonte textual e reflexiva: ARAWETÉ, os deuses canibais de Eduardo Viveiros de Castro
Desenhos – projeção e grafismo: realizados em 1981 por moradores da aldeia Araweté, Ipixuna, Pará, nas cadernetas de campo de Eduardo Viveiros de Castro.
Agradecimentos:
aos palestrantes Denise Sant`Anna, Maria Augusta Fonseca e Luciano Codato, e ao pesquisador Eduardo Viveiros de Castro pelas reflexões que nos proporcionaram.
aos participantes das Jam Sessions e ensaios abertos que estimularam nosso processo criativo.
Ciclo – Da Velhice a Infância
Espetáculo em 2 atos inspirados na etapa final e inicial da existência humana, propondo um elo de aproximação entre cada uma destas etapas.
Ato I: compêndio para a velhice se inspira em velhos homens que carregam uma história para contar. Traz como questão o “estado da lembrança” associando-o ao “estado cênico”.
Intermezzo: passagem (vídeo-dança) revela um corpo gerando outro corpo. A gravidez como trânsito/metáfora do que precisa morrer para nascer.
Ato II: compêndio para a infância traz como referencia a relação do “filhote do homem” com o meio-ambiente. Encontramos aí signos como o ninho que acolhe, o objeto que desestabiliza, a violência que interrompe, o jogo virtual que enquadra, e a presença fértil do cuidador. A miniatura nos objetos, no som e no gesto traz uma lente de aumento para o pequeno e nos provoca na valorização do detalhe, do quase-invisível.
Do C I C L O
Investigar esses apoios da memória/lembrança e refletir através do movimento como pensamento do corpo, é uma característica recorrente da Cia. Oito Nova Dança e também princípio gerador dos compêndios. A questão da memória os liga intimamente.
O da velhice nutre “estados corporais” de insistência, de quietude, do limite corporal, da nostalgia, da preservação de identidades. Já o da infância evoca “estados corporais” de alternância, de experimentação constante na repetição e no risco, tanto nos limites das ações corporais, como na construção de identidades simbólicas.
Duração: 80 minutos
Concepção e Direção: Lu Favoreto
Direção Musical: Andrea Drigo Lu Favoreto
Orientação da Pesquisa: Valeria Cano Bravi
Orientação Coreográfica: Marina Caron
Figurino: Maristela Estrela
Ambientação Cênica e Fotografia: José Romero
Fotografia: Ana Dupas e José Romero
Produção: Fernanda Veiga
Ato I – compêndio para a velhice
Criação e Interpretação: Andrea Drigo e Lu Favoreto
Interferência Dramatúrgica: Cristiane Paoli-Quito
Composição Musical: Andrea Drigo e Ramiro Murillo
Depoimentos em Áudio: Seu Acelino, Seu Arlindo e Dona Maria
Captação e Edição de Imagem: José Romero, Edu Puppo e Mariana Sucupira
Desenho e operação de luz: Fabio Retti
Intermezzo – passagem (vídeo-dança)
Criação e Interpretação: Marina Caron
Captação e Edição de Imagem: Geórgia Lengos e Mariana Sucupira
Ficha técnica Ato II – compêndio para infância
Criação e Interpretação: Luciano Bussab, José Romero, Lu Favoreto e Maristela Estrela
Captação e Edição de imagem: Mariana Sucupira e Lu Favoreto
Edição de som: Ramiro Murillo
Criação de luz: Marisa Bentivegna
Trapiche
Exploração/preservação, erudito/popular, reto/cruzado, dinâmica/estática foram alguns dos olhares para a história. O Fandango, o piano queimado, o batizado de Seu Arlindo e a cidade de Ararapira são manifestações culturais espontâneas que trazem em si o risco de extinção, o abandono. Memória, transformação e preservação. O passado revisitado e recriado no presente, indicando um vir a ser.
Trapiche: lugar de entrada e saída, passagem, suspensão no espaço-tempo da experiência.
Do Trapiche
“Porque, se o corpo humano é a sede do patrimônio da espécie, é preciso, antes de mais nada, que esse patrimônio seja preservado nos ‘filhotes de homem’ que carregam a esperança de toda a humanidade.”
(Marie-Madeleine Béziers)
Risco de extinção passou a ter outro significado para nós após o processo de criação deste trabalho. Do fandango ainda apenas como lembrança, saudade, identidade perdida, até os ensaios do grupo de fandango do Marujá, recém-formado por antigos fandangueiros e jovens moradores que só o conhecem através do que contam seus avós, questões vinham à tona… Como resgatar algo em extinção? O que é essencial neste resgate? O que precisa ser preservado? Preservação com transformação, exploração com preservação.
Nossos corpos não eram mais os mesmos depois desses encontros. Nossa inserção no meio pela perspectiva da cultura local, possibilitou uma aproximação do humano, com seus conflitos e esperanças. A vinculação dos processos de trabalho da memória, do restabelecer a possibilidade de vida, à dinâmica humana, nos estimulou a refletir sobre os sistemas que a geram na psicomotricidade, e sua articulação com a estática. O código corporal do fandango trouxe referências para o treinamento da relação entre sistema reto e cruzado e o revisitamos através do diálogo, ora pela semelhança, ora pela diferença, com a dança que construímos aqui em São Paulo, no nosso tempo.
Duração: 60 minutos
Concepção e Direção: Lu Favoreto
Orientação Antropológica e Dramatúrgica: Valéria Cano Bravi
Pesquisa de Linguagem: Cia Oito Nova Dança
Intérpretes-criadores: Andrea Drigo, Georgia Lengos, José Romero, Luciano Bussab, Lu Favoreto, Maristela Estrela e Ramiro Murillo
Preparação Corporal: Lu Favoreto
Preparação Vocal: Andrea Drigo
Núcleo de composição coreográfica: Lu Favoreto, Valéria Cano Bravi e Marina Caron
Pesquisa e transmissão do batido: Ramiro Murillo
Construção dos instrumentos musicais e tamancos: Zé Pereira e Arnaldo Pereira
Fotografia:José Romero
Ambientação cênica: José Romero e Anderson Gouvêa
Figurino: Maristela Estrela
Criação de luz: Andre Boll
Sonorização: Pipo Pegoraro
Produção: Fernanda Veiga
Redação de projetos: Valéria Cano Bravi
Trilha Sonora
música ao vivo: Andrea Drigo e Ramiro Murillo
Piano queimado 1 e 2 : Alê Prade
Piano queimado 3 : Lu Favoreto
Depoimentos em áudio: Seu Ezequiel, Zé Roberto, Seu Arlindo e Arnaldo Pereira
prólogo – 3° fandango – Dondom: Zé Roberto
Fandango de encerramento: Queromana – Zé Pereira, Arnaldo Pereira, Zé Roberto e Laurinei
Engenheiro de som: Alê Prade
Captação de áudio: Cia. Oito Nova Dança e Capitania de Imagens Cine Vídeo
Gravação e mixagem de áudio: Estúdio Salto da Rã
Seu Acelino
O corpo se articula à palavra. A dança tem como matéria investigativa o diálogo entre Seu Acelino, habitante de uma reserva ecológica – Ilha do Cardoso – e os integrantes da Cia. Oito Nova Dança – São Paulo. O significado e a musicalidade da palavra, o silêncio, a espontaneidade e simplicidade da conversa, são referências sonoras e imagéticas, e provocam a improvisação na dança.
A conversa remete à entrada num lugar que não é nosso. Evidencia um apelo à comunicação entre pessoas de culturas diferentes, entre nós e o outro que se difere no seu habitat. Esse apelo à comunicação provoca pulsos, pausas, ritmos, expõe diferentes estados, deixa entrever aquilo que não é dito. Seu Acelino é um convite para entrarmos e participarmos desse diálogo inaugurando novos sentidos.
Duração: 10 minutos
direção e interpretação: Lu Favoreto
orientação dramatúrgica: Valéria Cano Bravi
figurino: Anie Welter
trilha sonora: depoimento em áudio – Seu Acelino
“Abismo de Rosas” – Dilermando Reis
criação de luz: André Boll
fotos: Gil Grossi
Modos de Ver
Modos de ver propõe um olhar para o corpo enquanto estrutura, poesia e movimento, criando um diálogo entre dança, música e artes plásticas. Permeado por depoimentos pessoais, Modos de ver revela um corpo que busca resgatar sua potencialidade perceptiva, o reconhecimento da natureza de cada um e a possibilidade de integração em troca com seu habitat.
“habitat. s. m. ecol.
1. lugar de vida de um organismo.
2. total de características ecológicas do lugar específico habitado por um organismo ou população.”
do Modos de Ver
Modos de ver teve como ponto de partida o interesse comum de ver e vivenciar a natureza do homem enquanto espécie-indivíduo e sua percepção e troca com o meio que o circunda. Uma tentativa de resgate do termo “natureza” como força ativa que estabelece e conserva a ordem natural de tudo quanto existe. A certeza de que “alguma coisa está fora da ordem” instigou nossa pesquisa, nossa dança. Palavras como: território, simplicidade, limite, brasilidade, autoria, observação e encontro vieram à tona e nos moveram. Através de um corpo sensório-motor, expomos um modo de ver nossa relação com esses elementos tão presentes no cotidiano do homem urbano contemporâneo.
Cada intérprete-criador se instrumentaliza na organização corporal, na coordenação motora comum a todos nós e na qualidade de seu próprio movimento para expor seus depoimentos pessoais, provocados por vivências em uma reserva ecológica – Ilha do Cardoso. Depoimentos dos habitantes desta ilha foram fundamentais para nos integrar e nos instigar a um resgate da relação do homem com seu habitat.
A ocupação humana. O espaço e seus conteúdos.
O trabalho também teve como fonte de inspiração o livro “Marcovaldo ou as estações na cidade” de Ítalo Calvino. Nos sentimos bastante próximos de seu personagem urbano, às vezes melancólico, às vezes comico na sua simplicidade e esperança de viver a poesia da cidade. Os olhos atentos aos cogumelos que brotam no ponto de ônibus, à lua comparada ao semáforo, às formigas no prato, ao mofo nas bancas de jornais, ao vento na roupa do varal, às aves migratórias… Às folhas e flores que caem no asfalto nos trazendo um olhar para o alto…
O processo é trazido para o centro da obra, revertendo-se em resultado e tocando em territórios sensoriais do cidadão contemporâneo.
Concepção e direção: Lu Favoreto
Assistente de direção: Valéria Cano Bravi
Criação: Cia. Oito Nova Dança
Depoimentos em áudio: Ilton Luiz de Oliveira, Acelino Mendes e Maria do Carmo Barbosa (in memorian)
Desenhos e Material Fotográfico: José Romero
Cenografia: José Romero e Lu Favoreto
Figurino: Anie Welter e Cia. Oito Nova Dança
Projeto de luz: André Boll
Compêndio para Infância
Compêndio para a infância traz como referencia a relação do “filhote do homem” com o meio-ambiente. Encontramos aí signos como o ninho que acolhe, o objeto que desestabiliza, a violência que interrompe, o jogo virtual que enquadra, e a presença fértil do cuidador. A miniatura nos objetos, no som e no gesto traz uma lente de aumento para o pequeno e nos provoca na valorização do detalhe, do quase-invisível.
Criação e Interpretação: Luciano Bussab, José Romero, Lu Favoreto e Maristela Estrela
Captação e Edição de imagem: Mariana Sucupira e Lu Favoreto
Edição de som: Ramiro Murillo
Criação de luz: Marisa Bentivegna
Compêndio para Velhice
Compêndio para a velhice se inspira em velhos homens que carregam uma história para contar. Traz como questão o “estado da lembrança” associando-o ao “estado cênico”.
Criação e Interpretação: Andrea Drigo e Lu Favoreto
Interferência Dramatúrgica: Cristiane Paoli-Quito
Composição Musical: Andrea Drigo e Ramiro Murillo
Depoimentos em Áudio: Seu Acelino, Seu Arlindo e Dona Maria
Captação e Edição de Imagem: José Romero, Edu Puppo e Mariana Sucupira
Desenho e operação de luz: Fabio Retti
Folhas Secas, Flores Prateadas
Estrutura corporal, dramaturgia do movimento e demais elementos cênicos são articulados na criação deste trabalho, fruto de uma reflexão sobre os ciclos naturais da vida. Um modo de ver e vivenciar o lugar olhado das coisas.
“Folhas secas, flores prateadas” propõe um olhar para o corpo enquanto estrutura poesia e movimento, criando um diálogo entre dança e música…
Folhas Secas Flores Prateadas
“Folhas secas, flores prateadas”, criada e interpretada por Lu Favoreto (diretora da Cia. 8), propõe-se a articular estrutura corporal a uma dramaturgia que traz a natureza como estratégia de investigação e tema poético. O processo criativo foi motivado por vivências da Cia. na Ilha do Cardoso, reserva ecológica desde os anos 60 no litoral sul de São Paulo, buscando uma maior interação do homem com os ciclos naturais da vida, em contraposição com o nosso hábitat urbano. A peça é resultante de um processo de investigação da natureza corporal do indivíduo/intérprete e da natureza anatômica comum a todos nós.
Na estrutura coreográfica são utilizados materiais cinéticos elaborados não só a partir da exploração e criação de um vocabulário “próprio” da intérprete como também, da experimentação de gestuais observados nos habitantes da Ilha; materiais cenográficos, folhas de Embaúba Prateada e sacos de lixo; e materiais sonoros, depoimento pessoal de um dos habitantes da Ilha, e instrumental percussivo pesquisado pelo músico Celso Nascimento com participação ao vivo.
“Folhas secas, flores prateadas” foi uma das obras indicadas no Projeto Rumo Dança – Itaú Cultural, e premiado pela Bolsa de Pesquisa Rede Stagium – 2000.
Concepção, direção e interpretação: Lu Favoreto
Assistente de direção: Valéria Cano Bravi
Músico: Celso Nascimento
Criação: Lu Favoreto, Celso Nascimento e Valéria Cano Bravi
Material fotográfico: José Romero e Cacá Diniz
Produção do trabalho: Cia. Oito Nova Dança
Apoio: Bolsa de pesquisa Rede Stagium